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Seu Filho é Bilíngue, qual tipo? É muito importante que você tenha essa resposta.

23/09/2024

Reggio Emilia, cidade no Norte da Itália, é o berço de uma abordagem educativa que inspira escolas ao redor do mundo. Loris Malaguzzi, um pedagogo visionário, abraçou a iniciativa de construir uma proposta educacional com o apoio da comunidade após a Segunda Guerra.

Em Reggio Emilia, na primavera, ocorre um evento que dura uma semana e envolve toda a cidade – Reggionarra, um projeto cultural dedicado à arte de narrar, nascido em 2006. O projeto é inspirado na crença de que cada pessoa tem talento natural para contar histórias e transformar cada pequeno acontecimento diário em uma extraordinária experiência de vida.

Reggionarra transforma Reggio Emilia na cidade das histórias: contadores de histórias profissionais e companhias de teatro, juntamente com os pais no papel de contadores de histórias, animam vários lugares que se tornam espaços narrativos dedicados a ouvir histórias, contos de fadas e leituras animadas. A contação de histórias é a protagonista de uma experiência comunitária em que as pessoas, como nas praças do passado, se encontram para trocar histórias e contos, transformando praças, pátios, escolas e bibliotecas, em pequenos ou grandes palcos de vida narrada.

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Aqui na Escola Cidade Jardim | PlayPen, há 7 anos, inspirados na experiência de Reggio Emilia temos o PlayPen Narra – um convite às famílias a adentrar as portas da sala de aula e compartilhar histórias, lidas ou narradas, com as turmas de seus filhos. A participação das famílias no projeto educativo é um traço qualificador na experiência educativa.

Contar histórias é um ato de criatividade. É uma forma de criar significados, de se abrir ao novo, de dar formas a mundos possíveis e inéditos.

As histórias ajudam adultos e crianças a redescobrir e regenerar o prazer de ouvir e o prazer de narrar, a devolver significado e encanto às palavras faladas, lidas, escritas e ouvidas.

A magia das histórias cruza a realidade com a fantasia, nos ajuda a encontrar vida e cultura, conhecer e interpretar o que nos rodeia.

‘Narrare è come viaggiare – attraverso le storie, le culture, I popoli.

Chi viaggia incontra persone, identità, oggetti.

Chi viaggia insegue i sogni e le meraviglie dela vitta. Chi viaggia conosce, apprende e as poi raccontare. Viaggiare, quindi, è come narrare.’

‘Narrar histórias é como viajar – através de histórias, culturas e povos. Quem viaja encontra pessoas, identidades, objetos.

Quem viaja persegue os sonhos e as maravilhas da vida. Quem viaja conhece, aprende e depois sabe recontar.

Viajar, portanto, é como narrar histórias.

Che cos’è Reggionarra | Reggionarra

Você sabe qual é o tipo de bilinguismo do seu filho? Afinal, nem todo bilinguismo é igual! A forma como aprendemos uma segunda língua impacta o cérebro de maneiras diferentes. Crianças que falam e escrevem ativamente em dois idiomas desenvolvem vantagens cognitivas significativas, como melhora no foco, raciocínio, flexibilidade e muito mais!

Você sabia que existem vários tipos de bilíngues e que seus cérebros funcionam de modos diferentes?

Já notou que há diferenças entre o seu bilinguismo e o do seu filho?

Estudos em Neurociência têm mostrado que o modo como adquirimos a segunda língua (cedo ou tarde, imersos ou não, aprendendo a língua ou aprendendo na língua etc.) afeta a estrutura e as funções cerebrais, podendo trazer vantagens cognitivas. Geralmente, escolhemos uma educação bilíngue porque os filhos “são do mundo”, pela adaptação ao mercado de trabalho, por um futuro de oportunidades ou pelas vantagens sociais e culturais. Mas isso é pouco, muito pouco, perto do que esse tipo de educação, corretamente aplicado, pode oferecer.

Na Psicolinguística (área de estudo da Neurociência), observamos que falar duas ou mais línguas fortalece as Funções Executivas, ou seja, um conjunto de funções cerebrais que envolvem: raciocínio, tomada de decisões, resolução de problemas, controle do próprio comportamento, adaptação a regras, capacidade de manter o foco e flexibilidade para alternar entre diferentes tarefas.

Além disso, sabe-se que bilíngues, no envelhecimento, mantêm Funções Cognitivas preservadas por 5 anos a mais que monolíngues. Isso significa que: bilinguismo importa!

Mas de que bilíngue falamos? Você se encaixa? Ou melhor, o seu filho segue o padrão adequado?

Nos estudos neurocientíficos, as vantagens descritas acima são observadas em indivíduos que PRODUZEM (falam e escrevem) em ambas as línguas e não são apenas RECEPTORES (leem e ouvem), em bilíngues que ALTERNAM entre as línguas no seu dia a dia, pessoas que estão IMERSAS em ambos os contextos e que, de preferência, comecem a praticar o mais cedo possível.

Como Neurocientista, observo nos métodos e nas práticas da PlayPen um esforço embasado em ciência para que as crianças conquistem um bilinguismo que se beneficie dessas conquistas cognitivas sem esquecer das aquisições emocionais e sociais (FUNÇÕES EXECUTIVAS QUENTES).

Não sabe o que são Funções Executivas Quentes? Não tem problema, podemos falar sobre isso outro dia.

Abraços neurocientíficos,
Elaine Torresi